VTI EM AERONAVES EXPERIMENTAIS
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VTI EM AERONAVES EXPERIMENTAIS
Bem-vindo a mais um Journal da BREVETT.
Em nosso último
Journal falamos sobre a aprovação de operações VFR Noturno e/ou IFR em
aeronave experimentais.
Se esse assunto te interessa e você ainda não
conferiu o último Journal, acesse aqui.
Nesse Journal, vamos continuar
falando sobre aeronaves experimentais, mas, dessa vez, falaremos sobre uma fase muito importante
durante a aprovação de aeronaves experimentais, conhecida como Vistoria Técnica
Inicial, ou VTI.
A VTI é a segunda fase do processo de aprovação de
aeronaves experimentais, também conhecido como Processo H.03.
Nessa fase,
não existem mais pendências inerentes a abertura do processo, por exemplo: documentos
de comprovação de posse, três vistas da aeronave, registro de engenheiro
aeronáutico, entre outros.
E caso seja uma aeronave de construção
amadora, sua aeronave já tem de estar finalizada, e só assim é possível
receber a liberação da ANAC, para agendamento da VTI de sua
aeronave.
Para você que ainda não leu o nosso Journal sobre
Construção Amadora – acesse aqui -, essas são as fases de
aprovação de uma aeronave experimental:
- Fase 01: Abertura do
Processo;
- Fase 02: Realização da Vistoria Técnica Inicial
– VTI;
- Fase 03: Emissão dos Certificados da Aeronave, CAVE e
CME.
Mas, você sabe como é feita uma VTI?
O
QUE É UMA VTI DE AERONAVE EXPERIMENTAL?
Como dito anteriormente,
a Vistoria Técnica Inicial, também conhecida como VTI é uma fase do Processo
H.03 de uma aeronave experimental.
Nessa fase, um profissional específico
irá até a sua aeronave afim de verificar se esta atende aos requisitos dos
regulamentos aplicáveis e concernentes à sua
operação.
Você sabia que uma aeronave experimental opera segundo
as regras do RBHA nº 91?
Após a realização da Vistoria
Técnica Inicial, este profissional emite um laudo de VTI e faz o seu protocolo junto à
Gerência Geral de Certificação de Produto Aeronáutico – GGCP /
ANAC.
QUAL PROFISSIONAL PODE REALIZAR UMA VTI?
Para a
realização de uma VTI, os profissionais aceitos são:
- Profissional
Credenciado em Aeronavegabilidade – PCA; ou
- Inspetor de Aviação
Civil – INSPAC.
Ou seja, não é qualquer profissional, seja ele
engenheiro aeronáutico, tecnólogo em manutenção de aeronaves ou
mecânico de aeronaves, que pode realizar este serviço.
Mas, qual a
diferença entre PCA e INSPAC?
Vamos lá: O Profissional
Credenciado em Aeronavegabilidade, ou PCA, é aquele profissional que atua em localidades
predefinidas, dentro dos limites do seu credenciamento e conforme critérios e
sugestões definidos pela ANAC.
Além disso, este profissional poderá
expedir relatórios, laudos ou pareceres necessários à emissão dos
Certificados de Aeronavegabilidade.
O PCA deve comprovar experiência
prática, possuir um registro junto ao CREA, estar em dia com esta entidade e ainda possuir as
atribuições desejadas para o requerimento de PCA, que se dá segundo o RBAC nº
183, cujo o assunto é Credenciamento de Pessoas.
Lembrando apenas que o
credenciamento de pessoas é uma prerrogativa da ANAC e não direito do requerente, por
isso, não encontramos no mercado muitos profissionais credenciados junto à
ANAC.
Só para vocês terem uma ideia, no momento que vos escrevo, temos
apenas 08 profissionais credenciados pela ANAC para realizar Vistoria Técnica Inicial em
aeronaves experimentais, no Brasil.
Já o Inspetor de Aviação Civil
– INSPAC, é aquele profissional que faz parte do corpo de funcionários
públicos da ANAC. Ou seja, a ANAC irá designar uma pessoa, ou um grupo de pessoas, de
seu corpo técnico, para realizar a VTI da aeronave.
Este profissional, não
necessariamente precisa possuir um registro junto ao CREA, pois foi designado pela ANAC para
realizar esta tarefa, após receber um treinamento para aquela atividade.
O QUE
SERÁ VERIFICADO DURANTE A VISTORIA
A vistoria de uma aeronave
experimental se dá em dois momentos, a parte da análise documental da aeronave e
posteriormente a análise física junto a aeronave.
No primeiro momento,
durante a análise documental, o profissional que está realizando a vistoria da
aeronave irá verificar vários itens, tais como:
- Se os manuais de
Operação e Manutenção da aeronave e motor estão
disponíveis;
- Programa de manutenção específico para essa
aeronave, assinado pelo engenheiro aeronáutico responsável, caso
aplicável;
- Reserva de Marcas, com o devido comprovante de
pagamento;
- Abertura das Cadernetas de Célula, Motor e
Hélice;
DÚVIDA: Minha aeronave é importada, ou
seja, ela já possui Cadernetas, mesmo assim é necessário a abertura de
cadernetas modelo ANAC?
Sim! É ótimo que você tenha os
registros de manutenção de sua aeronave importada pronta, mas de qualquer forma,
é necessário a abertura das Cadernetas no padrão da ANAC.
-
Abertura do Diário de Bordo da aeronave;
- Mapa de componentes com vida
controlada, caso aplicável;
- Cumprimento com possíveis ADs e
SBs.
Além disso, em segundo momento, uma vistoria física irá
ocorrer, de forma que este profissional irá verificar itens, a saber:
-
Inspeção visual junto a aeronave, afim de se verificar se as boas práticas de
construção foram aplicadas, verificar pontos de corrosão e janelas de
inspeção;
- Estado dos cabos de comando da aeronave, afim de identificar
pontos de corrosão;
- Acionamento dos comandos de voo da aeronave;
- Se
esta aeronave possui todos os instrumentos requeridos pelo RBHA nº 91, para operação
VFR diurno;
- Se estes instrumentos estão corretamente identificados e marcados,
segundos os manuais de operação destes;
- Se a aeronave está
corretamente marcada e possui todos os placares e adesivos necessários, conforme o RBAC nº
45;
- Pesagem da aeronave, afim de verificar se esta encontra-se dentro de seu
envelope;
- Acionamento do motor;
Ao longo dos últimos anos,
após participar de diversas vistorias de aeronaves, desenvolvi um checklist campeão,
para preparar qualquer aeronave experimental para vistoria.
Deseja receber mais
informações sobre o checklist campeão da BREVETT? Entre em contato com a gente e saiba
mais!
Após passar por todos esses detalhes, o profissional irá
levantar as não-conformidades e enviar um laudo para o Grupo de Aviação
Experimental e Leve Esportiva da ANAC.
Essas pendências, tem um prazo de até
30 dias para serem encerradas, sob a penalidade de ter de fazer uma nova vistoria técnica
inicial e ter todo esse retrabalho.
Por fim, gostaria de deixar as minhas
sugestões a você que irá passar por uma vistoria técnica inicial, em
breve:
- Prepare a aeronave o quanto antes, pois são muitos detalhes e
vários itens de regulamento a serem seguidos, principalmente se você não tiver
experiência com vistorias anteriores;
- Se possível, contrate uma equipe
especializada em preparar aeronaves para vistorias. Esta atitude irá te economizar tempo,
dinheiro e evitará que você passe por surpresas desagradáveis;
-
Não é porque sua aeronave é experimental que você não deve cumprir
uma série de requisitos e regulamentos. Lembre-se, a sua segurança vem em primeiro
lugar. Então, cumpra o necessário e isso ainda agilizará o seu
processo.
Espero que tenham gostado desse Journal, obrigado pela
atenção!
Acredita que pode
contribuir? Ficou alguma dúvida?
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para contato@brevett.com.br ou clique aqui.
Redigido por
Leonardo Romano
Cardoso
Diretor da BREVETT Inteligência Aeronáutica